quarta-feira, 9 de abril de 2014

Matadora de Psicólogas



Matei todas elas. Uma eu matei de susto, outra eu matei de desgosto, outra me entediou demais e a atual eu planejo matar por dinheiro. Ah, e no meio dessas mulheres, teve um homem que eu matei por prazer mesmo. Vamos aos fatos:

Psicóloga nº1, a BOCA-GRANDE: essa não fedia nem cheirava, até que a namorada do filho da empregada do marido dela veio me dizer que ela abriu a boca. Daí começou a feder. Quanta ética... ela me chamou no consultório para me pedir desculpas, dizer que entendia que a confiança havia acabado e que não ia mais me atender. A explicação dela foi que ela ficou tão preocupada com algumas coisas que eu disse, que teve que contar para o marido, e a empregada ouviu. A psicóloga se assustou com um problema... ta bom. Cobrou a consulta.

Psicóloga nº2, a VOVÓ-PERDIDA: essa me acompanhou por quase 4 anos. Desenvolvemos uma boa amizade. Sentia que ela não interferia muito, era bastante imparcial, mas eu respeitava o profissionalismo dela. De repente, ela sumiu. Eu tentava remarcar meu horário, que antes era fixo, mas ela não atendia ou dava desculpas. Assim foi por meio ano. Mandei um e-mail perguntando se ela estava bem, falei que entendia se ela tinha os problemas dela, mas eu tinha o direito de ter um retorno sobre o que estava acontecendo. Ela não respondeu. Até que minha mãe a encontrou na rua. Ela estava bem, mas só saiu pela tangente, e tentou amenizar dizendo que tinha escrito uma carta para mim. Nunca recebi. Mais tarde, conversando com psicólogas amigas e da família, a opinião unânime foi que ela se sentiu incapaz de resolver meu problema. Não deu conta. Desistiu. Ela não poderia me falar a verdade pra eu não desistir também. Vovó-perdida, eu ainda amo você.

Psicóloga nº3, a BURRA-GRAÚDA: essa foi escolhida devido à linha cognitivo-comportamental, considerada a mais eficaz para tratar transtorno alimentar. De graúda ela tinha tudo, a altura, a pose e o ego, manos a inteligência. Eu saía de lá me sentindo muito superficial. Todas as perguntas me pareciam sem propósito e todas as conclusões, absurdas. E o mais complicado, ela me intimidava. Mas fui confiando que talvez ela chegasse a algum lugar. Até que ela acertou em uma coisa: dirigiu o tratamento de forma multidisciplinar, como ele deve ser dirigido, e me encaminhou para uma nutricionista e um psiquiatra. O psiquiatra que ela indicou foi tão profundo e meticuloso, que comparar os dois foi a gota-d’água pra eu dar um fim naquele tratamento supérfluo com ela. Mandei um e-mail sincero e cuidadoso, dizendo que não estava havendo melhora ainda, talvez porque não tinha entendido o método de trabalho dela. Pedi que ela explicasse. Resposta: nem todos os pacientes se adaptam mesmo. Deixe o dinheiro na portaria.

                Psiquiatra, o PENSADOR-CASTRADOR: ele era fabuloso, reflexivo, e me receitou fluoxetina. Tomei por um tempo, e não sei dizer se funcionou para o que devia, mas com certeza me deixou muito distraída, mais do que já sou. Parei de tomar por conta própria, usando a distração como desculpa, mas o fato de me tirar os orgasmos pesou bastante também.


                Psicóloga nº4, a SUPER-NANNY: essa está tratando a família inteira (terapia familiar). Quando chegamos, ela falou com segurança que a família é um sistema, e que a bulimia é um sintoma desse sistema, e não de um indivíduo só. Achamos duvidoso, como se um indivíduo fosse totalmente coagido pelo meio. Mas ela nos provou ao longo do tempo sua teoria. Ela é espetacular e sabe exatamente aonde quer chegar e como chegar. Obteve resultados em pouco tempo. Mas o problema é o preço. R$250,00 a sessão. Pretendo reter o que alcançamos de bom, e tchau.

6 comentários:

  1. Hahahahahahahaha eu ri!

    Menina, por isso que eu perguntei se vc já havia feito uma terapia em grupo,dessas que várias pessoas se encontram e cada uma fala há quanto tempo tem o problema e como tem sido os seus dias a cada novo encontro,sabe como é?
    Pois bem,eu já havia imaginado que psicólogo nenhum dá jeito quando o transtorno faz da vítima uma marionete como tu dissestes!

    Ps: caso vc ache a vovó perdida diz que eu mandei um beijo e que ela é forte em fugir com as pernas,eu fugiria com a boca e faria a tua consulta com uma bacia de sorvetes e uma pilha de chocolates, pois comida pra mim é uma fuga ;)

    Beijinhos ^^

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    1. SHUAHSIUAHSIUAHSAIU nao tinha pensado no lado positivo de "fugir com as pernas". Mas psicólogo nenhum dá jeito mesmo, a nº3, por exemplo, quando perguntei pra ela, ela admitiu que não tinha conseguido curar nenhuma das pacientes dela... só dar uma melhoradinha, ou nem isso!

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  2. hahahhaha esse post me fez pensar bastante nas psicólogas e psiquiatras que passaram pela minha vida. em geral eu manipulo todos para conseguir o que quero(quando era menor, que precisava ir na psicologa por ordens maternas, e mudei minha mesada de 30 para 200 reais com a ajuda dela - depois de adulta eu tentei ir mas nao consigo abordar os problemas e ficar la pagando pra bater papo trivial é babaca entao eu cortei). O psiquiatra é meu dealer. Eu decido a medicação, ensaio o discurso, e saio com a receita.

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    1. hahaha oposto de mim. eu sou sincera a todo custo, pq sempre parto do pressuposto que eles estão preparados pra isso, e muitas vezes já comprovei que eles são só humanos e não estão tão preparados assim... e vc parte da ideia que eles NÃO estão preparados, e vc consegue enrolar eles... e realmente consegue?? pelo q parece, a conclusão q tiramos pelo menos é a mesma!

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  3. raraaaa eu amei ,to lendo um texto altamente bem elaborado por vc ,essa realidade da psicologia e paciente do traz a tona o que de fato é um relacionamento profissional,eles pregam a amizade e cumplicidade porém só estarão lá se pagarmos.Vc escreve espetacularmente,quero acompanhar mais e mais suas atualizações ,se vc nao for jornalista ou escritora ,invista na area ,vc tem dom de formar opiniões e ainda coloca ênfase divertido ,parabéns pelo post :)

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    1. q amor!! brigada mesmo =D olha, na verdade estou na área da programação visual. Só desenhos! Nada de Palavras hahaaha

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