Matei todas elas. Uma eu matei de
susto, outra eu matei de desgosto, outra me entediou demais e a atual eu
planejo matar por dinheiro. Ah, e no meio dessas mulheres, teve um homem que eu
matei por prazer mesmo. Vamos aos fatos:
Psicóloga nº1, a BOCA-GRANDE: essa
não fedia nem cheirava, até que a namorada do filho da empregada do marido dela
veio me dizer que ela abriu a boca. Daí começou a feder. Quanta ética... ela me
chamou no consultório para me pedir desculpas, dizer que entendia que a
confiança havia acabado e que não ia mais me atender. A explicação dela foi que
ela ficou tão preocupada com algumas coisas que eu disse, que teve que contar
para o marido, e a empregada ouviu. A psicóloga se assustou com um problema...
ta bom. Cobrou a consulta.
Psicóloga nº2, a VOVÓ-PERDIDA:
essa me acompanhou por quase 4 anos. Desenvolvemos uma boa amizade. Sentia que
ela não interferia muito, era bastante imparcial, mas eu respeitava o profissionalismo dela. De repente, ela sumiu. Eu tentava remarcar meu horário, que
antes era fixo, mas ela não atendia ou dava desculpas. Assim foi por meio ano.
Mandei um e-mail perguntando se ela estava bem, falei que entendia se ela tinha
os problemas dela, mas eu tinha o direito de ter um retorno sobre o que estava
acontecendo. Ela não respondeu. Até que minha mãe a encontrou na rua. Ela
estava bem, mas só saiu pela tangente, e tentou amenizar dizendo que tinha escrito uma carta para
mim. Nunca recebi. Mais tarde, conversando com psicólogas amigas e da família,
a opinião unânime foi que ela se sentiu incapaz de resolver meu problema. Não
deu conta. Desistiu. Ela não poderia me falar a verdade pra eu não desistir
também. Vovó-perdida, eu ainda amo você.
Psicóloga nº3, a BURRA-GRAÚDA:
essa foi escolhida devido à linha cognitivo-comportamental, considerada a mais
eficaz para tratar transtorno alimentar. De graúda ela tinha tudo, a altura, a
pose e o ego, manos a inteligência. Eu saía de lá me sentindo muito
superficial. Todas as perguntas me pareciam sem propósito e todas as conclusões,
absurdas. E o mais complicado, ela me intimidava. Mas fui confiando que talvez
ela chegasse a algum lugar. Até que ela acertou em uma coisa: dirigiu o
tratamento de forma multidisciplinar, como ele deve ser dirigido, e me
encaminhou para uma nutricionista e um psiquiatra. O psiquiatra que ela indicou
foi tão profundo e meticuloso, que comparar os dois foi a gota-d’água pra eu dar um fim naquele
tratamento supérfluo com ela. Mandei um e-mail sincero e cuidadoso, dizendo que
não estava havendo melhora ainda, talvez porque não tinha entendido o método de
trabalho dela. Pedi que ela explicasse. Resposta: nem todos os pacientes se
adaptam mesmo. Deixe o dinheiro na portaria.
Psiquiatra,
o PENSADOR-CASTRADOR: ele era fabuloso, reflexivo, e me receitou fluoxetina.
Tomei por um tempo, e não sei dizer se funcionou para o que devia, mas com
certeza me deixou muito distraída, mais do que já sou. Parei de tomar por conta
própria, usando a distração como desculpa, mas o fato de me tirar os orgasmos
pesou bastante também.
Psicóloga
nº4, a SUPER-NANNY: essa está tratando a família inteira (terapia familiar).
Quando chegamos, ela falou com segurança que a família é um sistema, e que a
bulimia é um sintoma desse sistema, e não de um indivíduo só. Achamos duvidoso,
como se um indivíduo fosse totalmente coagido pelo meio. Mas ela nos provou ao
longo do tempo sua teoria. Ela é espetacular e sabe exatamente aonde quer
chegar e como chegar. Obteve resultados em pouco tempo. Mas o problema é o
preço. R$250,00 a sessão. Pretendo reter o que alcançamos de bom, e tchau.
Hahahahahahahaha eu ri!
ResponderExcluirMenina, por isso que eu perguntei se vc já havia feito uma terapia em grupo,dessas que várias pessoas se encontram e cada uma fala há quanto tempo tem o problema e como tem sido os seus dias a cada novo encontro,sabe como é?
Pois bem,eu já havia imaginado que psicólogo nenhum dá jeito quando o transtorno faz da vítima uma marionete como tu dissestes!
Ps: caso vc ache a vovó perdida diz que eu mandei um beijo e que ela é forte em fugir com as pernas,eu fugiria com a boca e faria a tua consulta com uma bacia de sorvetes e uma pilha de chocolates, pois comida pra mim é uma fuga ;)
Beijinhos ^^
SHUAHSIUAHSIUAHSAIU nao tinha pensado no lado positivo de "fugir com as pernas". Mas psicólogo nenhum dá jeito mesmo, a nº3, por exemplo, quando perguntei pra ela, ela admitiu que não tinha conseguido curar nenhuma das pacientes dela... só dar uma melhoradinha, ou nem isso!
Excluirhahahhaha esse post me fez pensar bastante nas psicólogas e psiquiatras que passaram pela minha vida. em geral eu manipulo todos para conseguir o que quero(quando era menor, que precisava ir na psicologa por ordens maternas, e mudei minha mesada de 30 para 200 reais com a ajuda dela - depois de adulta eu tentei ir mas nao consigo abordar os problemas e ficar la pagando pra bater papo trivial é babaca entao eu cortei). O psiquiatra é meu dealer. Eu decido a medicação, ensaio o discurso, e saio com a receita.
ResponderExcluirhahaha oposto de mim. eu sou sincera a todo custo, pq sempre parto do pressuposto que eles estão preparados pra isso, e muitas vezes já comprovei que eles são só humanos e não estão tão preparados assim... e vc parte da ideia que eles NÃO estão preparados, e vc consegue enrolar eles... e realmente consegue?? pelo q parece, a conclusão q tiramos pelo menos é a mesma!
Excluirraraaaa eu amei ,to lendo um texto altamente bem elaborado por vc ,essa realidade da psicologia e paciente do traz a tona o que de fato é um relacionamento profissional,eles pregam a amizade e cumplicidade porém só estarão lá se pagarmos.Vc escreve espetacularmente,quero acompanhar mais e mais suas atualizações ,se vc nao for jornalista ou escritora ,invista na area ,vc tem dom de formar opiniões e ainda coloca ênfase divertido ,parabéns pelo post :)
ResponderExcluirq amor!! brigada mesmo =D olha, na verdade estou na área da programação visual. Só desenhos! Nada de Palavras hahaaha
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